Apartamentos compactos têm alta busca no mercado imobiliário
Apesar das mudanças de hábitos dos brasileiros durante a pandemia, a explicação para a procura por imóveis menores passa pela praticidade, economia ou possibilidade de morar em regiões mais valorizadas
Por Dino - 04/07/2023
Um dos segmentos que apresentou maior estabilidade frente às dificuldades da pandemia do coronavírus foi o imobiliário, que cresce continuamente desde 2017 e expandiu acima da economia nacional durante o período de isolamento social.
De acordo com dados do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), em produção conjunta com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Caixa Econômica Federal, o Índice Nacional da Construção Civil fechou 2022 com alta de 10,9% no acumulado do ano. Essa taxa foi a segunda maior já registrada desde 2014, quando teve início a análise histórica, ficando atrás apenas de 2021, cujo percentual chegou a 18,65%.
Neste cenário, um dos responsáveis pelo aumento nos índices é o crescimento da venda de imóveis com apenas 1 dormitório, os chamados apartamentos compactos. Só na cidade de São Paulo, cidade mais populosa do país, as negociações envolvendo imóveis pequenos representaram 30% das vendas.
O aumento nas vendas é uma perspectiva
Esse é um fenômeno que tem explicação e que já aconteceu em outros países do mundo: queda de renda e custo mais alto da moradia. A construção de apartamentos menores tem sido um bom investimento para as construtoras e boa oportunidade de negócio para os investidores que buscam rentabilidade com o aluguel. É assim que as unidades imobiliárias compactas têm se espalhado por todo o Brasil, cada vez menos em função de um novo estilo de vida e mais relacionado ao crescimento das cidades e à economia.
Geralmente bem localizados, esses imóveis oferecem independência para aqueles que desejavam morar sozinhos, maior segurança, economia com a mobília – que precisa ser bem planejada e servir para várias funções, facilidades dentro do próprio condomínio e aproximam as pessoas dos seus locais de trabalho, reduzindo a necessidade de deslocamento para lugares mais distantes e o tempo que gastariam no trânsito, além de estarem perto de boas escolas e opções de lazer.
Futuro
Como apontam os especialistas, os microapartamentos ou apartamentos compactos são opções exploradas como a solução para o desenvolvimento e futuro das cidades. Por se tratar de unidades econômicas, com menor espaço interno, incentivam os proprietários e moradores a participarem das atividades do condomínio, do bairro e da própria cidade.
Mudanças culturais e sociodemográficas, que ainda englobam o aumento na taxa de envelhecimento da população – segundo a ONU, pela primeira em sua história, o Brasil terá em 2040 mais idosos (maiores de 65 anos) do que jovens (menores de 15 anos) –, a diminuição no tamanho das famílias, adiamento do casamento para priorizar a carreira e a estabilidade financeira, podem ser sinais de que as moradias compactas vieram para ficar.
Fonte:https://oglobo.globo.com